O outro lado do mesmo eu.
Vou deixar a roupa velha lá fora.
sexta-feira, 8 de março de 2024
quinta-feira, 19 de outubro de 2023
segunda-feira, 10 de julho de 2023
Pessoa Fernando
O poeta não é fingidor
Essa dor, ele deveras sente
Se pudesse fingir dor
A sentiria eternamente?
Sem cor, sem sabor, sem nada.
Estou sem paciência para vocês.
E para mim e para as minhas memórias. Só me resta o silêncio das coisas que não digo.
As grito, por isso ficam incompreensíveis.
Me perco, esqueço, confundo, desfaço. Pareço e estou sempre por um fio.
Dizem que qualquer vento me derruba, torcem o nariz.
Digo mais: já estou caindo, embora as folhas das árvores pareçam imóveis e sem cor.
Sem sabor, sem sorriso, sem perspectiva. Parece que o fim de tudo vai dar na mesma, não importa.
Todos vamos virar comida de minhoca, não é mesmo? Então tanto faz.
Morrer me assusta, desespera. O que parece não ter graça é o que vem antes.
Daí de onde você me olha, parece que o fio aguenta ou arrebenta?
Pareço apresentável ou miserável?
E você, o que tem feito para se adequar? Se adequar tem tido qual efeito em você?
Deixa essa de presente. Por favor, cale-se. Me deixe calar.
quarta-feira, 24 de maio de 2023
Válvula de excessos (sem revisão)
terça-feira, 16 de maio de 2023
A poesia de outra sociedade.
Será que as pessoas de outra sociedade choram de felicidade?
Será que choram as pessoas de outra sociedade?
Será que quando entristecem e deprimem, pensam em suicídio?
O ato revolucionário maior contra o sistema: não sou mais produtivo, não sou mais consumidor. Fui consumido pela dor.
Será que suicidam?
Como sentem? Como se sentam à mesa do café?
Será que tomam café? Será que falam mal do chefe?
Será que tem hipocrisia em outra sociedade?
Será que têm problemas para perceber a saciedade?
E a poesia? Para que serve a poesia em outra sociedade se nem hipocrisia, nem café, nem suicídio, nem choro tem?